AMOR SEM LIMITES
7. A Fonte
O amor recebeu um nome pessoal. Assumiu o rosto de um homem. Pisou nossos caminhos. Fez-se um de nós sem deixar de ser divinamente Ele mesmo. JESUS-AMOR…
Porém, a reflexão presente está para além de uma pessoa ou das pessoas divinas. Diz respeito ao que há nelas, em seu comum interior, não ao que é próprio a cada uma delas. Trata-se, neste mundo, de contemplar a «essência divina», de entrever o que há em Deus, o que foi esta emoção geradora primeira. É isto o que temos denominado amor… amor sem limites.
Queremos subir até à fonte mesma. Sem dúvida, seria motivo de inspiração discernir, seguir nesta fonte, os mananciais orientados e distintos; determo-nos junto às três figuras simbólicas, igualmente jovens, igualmente belas, sentadas à mesa de Abraão sobre os carvalhos de mambré; ouvir a cantata a três vozes, em que cada um canta o mesmo amor com suas próprias modulações. Porém, não trataremos aqui das relações pessoais no interior da essência divina. Sairíamos de nosso propósito e de nossas possibilidades. Falaremos, pois, do Senhor-amor, sem diferenciação. Falaremos do amor da maneira mais simples. Falaremos dele a partir de seus aspectos mais simples.
Nesta aproximação primeira, imediata, livre (ainda que não descomprometida) do sensível e das formas, encontramo-nos no mesmo plano de muitas almas, muito simples também, que desconhecem as teorias e sabem unicamente amar, e suspiram pelo encontro com o Amante. encontro da alma com o Amor.
— Não é verdade, meu filho, que não desejas outra coisa que o amor?
— Sim, é verdade, Senhor.
— Então, filho meu, já que tens sede, vem às águas. Vem à àgua primeira. Vem beber na fonte.
FONTE: ECCLESIA