AMOR SEM LIMITES
13. Houve uma tarde e uma manhã
Não menos que seis vezes, no primeiro capítulo do primeiro livro sagrado dos hebreus, Deus é apresentado criando os dias da semana e fixando a tarde como ponto de partida. A maneira de contar o tempo dos homens de hoje não é a tua, Senhor. Os homens, instintivamente, situam a manhã como o início do dia.
O dia começa com a claridade do amanhecer. Depois vem a alegria da aurora, a ascensão do sol, a glória do meio dia, o declínio e a sombra, a tristeza do crepúsculo e, finalmente, a tragédia física e o terror das trevas.
Contigo, Senhor, não é assim. Tu proclamas que primeiro houve uma tarde e só depois uma manhã.
O teu dia começa ao anoitecer, na escuridão noturna, e se move em direção à manhã, em direção à luz, em direção ao resplendor da sarça ardente e do sol do meio-dia.
Assim, nosso amor, sempre começando, sempre tão débil, incerto e ameaçado irá se abrindo em direção à claridade do amor sem limites.
Sem dúvida, a tarde voltará. Porém, um abismo separa a visão de um dia que declina para a noite e a de um dia que se eleva em direção à manhã.
O que importa, Senhor, é o sentido que tu dás ao movimento dos dias. Da ordem que seguem, fazes para nós um símbolo. Desde o princípio, orientaste a evolução do tempo em direção à sua plenitude luminosa. Tu nos orientas para a manhã.
Senhor, torna-me mais consciente do suceder dos meus dias. Apesar da obscuridade do momento, dá-me a intuição do crescimento do sol do amor. Abre-me todo ao chamado, e fortalece minha esperança na proximidade do dia sem crepusculo do teu Reino.
FONTE: ECCLESIA