Prece ou paganismo? (Joel S. Goldsmith)

Por Joel S. Goldsmith

A que deus pagão oram os cristãos! Em uma terça-feira o povo é convidado a ir à igreja domingo seguinte a fim de agradecer a Deus pelo fim da Guerra Europeia! Por que este agradecimento teria de aguardar o próximo domingo para ser expressado num prédio de igreja é o que não ficou claro. Tal gratidão seria maior ou menor do que a expressada na rua ou na casa de alguém? E por que agradecer a Deus pelo fim da guerra na Europa, enquanto permitiria uma na Ásia? E por que agradecer a Deus somente depois que o inimigo ficasse sem munição? E por que agradecer a Deus somente depois que sete milhões de russos, cinco milhões de judeus e incontáveis milhões de franceses, belgas, escoceses, ingleses e americanos fossem mortos, mutilados, aprisionados e empobrecidos? Onde está o grande crédito por esta realização?
Observemos cuidadosamente em nossos próprios pensamentos e vejamos se não estamos inconscientemente aceitando tais tipos pagãos de crenças sob o disfarce de cristianismo.
As guerras e suas consequências não são parte do Reino de Deus; logo, não existem como realidade. Deus não lhes dá início nem final. Deus não as permite nem as proíbe. Não são parte da Consciência de Deus. A sra. Eddy nos relata que curou um câncer que havia atingido a artéria jugular, quando percebeu claramente que Deus não reconhece doença alguma.
As guerras, de modo igual, não passam de produto de um mesmerismo universal e não podem, portanto, existir como condições reais, mas simplesmente como imagens mentais do pensamento, ou distorções do fato. O fim da guerra virá com o início da conscientização da natureza do erro como mesmerismo, que resulta não em condições, mas em quadros, ou “sonho de Adão”.
É prática pagã buscar um poder deífico para remover aquilo que não tem poder real. É também paganismo orar a Deus para que Ele realize a obra de manter Seu próprio Universo. É uma forma aguda de ignorância agradecer a Deus pelo fim da guerra, depois que meio mundo esteja em ruínas e quarenta milhões de pessoas tenham sido dizimadas ou mutiladas. Se esta condição for real, então não existe Deus algum. Contudo, o sentido espiritual revela: Deus é; portanto, jamais houve um lapso de harmonia e paz eternas. Imortalidade é a Verdade. Assim, nunca ocorreu uma morte sequer em toda história do Universo.
Olhemos além da cena produzida pelo magnetismo animal, ou mesmerismo universal, e descubramos o Universo intacto de Deus, e cada indivíduo a salvo e em paz, na harmonia de Sua Alma.

FONTE: BLOG TEMPLO DOS ILUMINADOS