“A declaração ‘A mim pertence a vingança, diz o Senhor’ é uma percepção errada através da qual a pessoa atribui o seu próprio passado ‘mau’ a Deus. O passado ‘mau’ nada tem de ver com Deus. Ele não o criou e não o mantém. Deus não acredita em retribuir o mal com o mal. A Mente Dele não cria deste modo. Ele não guarda os teus feitos ‘maus’ contra ti. É provável que os tivesse guardado contra mim? Certifica-te de que reconheces como esta suposição é completamente impossível e como surge inteiramente da projeção. Este tipo de erro é inteiramente responsável por um batalhão de erros relacionados com isto, incluindo a crença de que Deus rejeitou Adão e o forçou a deixar o Jardim do Éden. É também por isso que, de tempos a tempos, podes acreditar que estou a dirigir-te erradamente. Tenho feito um esforço para usar palavras que quase não têm possibilidade de serem distorcidas, mas é sempre possível distorcer símbolos, se tu o desejas.” (T-3.I.3)
“Com o propósito de aprender, vamos considerar mais uma vez a crucificação. Eu não me alonguei nisso antes devido às conotações amedrontadoras que podes associar a ela. A única ênfase que lhe foi dada até aqui tem sido dizer que não é uma forma de punição. Porém, nada pode ser explicado somente em termos negativos. Há urna interpretação positiva da crucificação que está totalmente destituída de medo e, portanto, é totalmente benigna no que ensina se é propriamente compreendida. (…)
A crucificação não pode ser compartilhada porque é o símbolo da projeção, mas a ressurreição é o símbolo do compartilhar porque o re-despertar de cada Filho de Deus é necessário para que a Filiação seja capaz de conhecer a sua integridade. Só isso é conhecimento.
A mensagem da crucificação é perfeitamente clara:
‘ensina só amor, pois é isso que tu és.’
Se interpretares a crucificação de qualquer outro modo, tu a estás usando como uma arma para agredir em vez do chamado para a paz para o qual ela foi destinada. Os Apóstolos muitas vezes a compreenderam de forma equivocada pela mesma razão que qualquer pessoa a compreende de forma equivocada. Como o próprio amor que tinham era imperfeito, isso fez com que fossem vulneráveis à projeção e em função de seu próprio medo, falaram da “ira de Deus” como Sua arma de retaliação. E nem poderiam falar da crucificação inteiramente sem raiva, porque seu senso de culpa tinha-os tornado raivosos.” (T-6.I.1,12-14)
“A não ser que penses que todos os teus irmãos, assim como tu, têm o mesmo direito aos milagres, não reivindicaras teu direito a eles porque foste injusto para com alguém com direitos iguais. Busca negar e te sentirás negado. Busca privar e terás sido privado. Um milagre nunca pode ser recebido porque um outro não pode recebê-lo. Só o perdão oferece milagres. E o perdão tem que ser Justo para com todos
Os pequenos problemas que guardas e escondes vêm a ser teus pecados secretos, porque não escolheste deixar que eles fossem removidos para ti. Assim, eles ajuntam pó e crescem até que cubram todas as coisas que percebes e não te deixam ser justo para com ninguém. Não podes acreditar que tenhas qualquer direito. E a amargura, com a vingança justificada e a misericórdia perdida, te condena como indigno do perdão. Os não-perdoados não têm misericórdia para conceder uns aos outros. E por isso que a tua única responsabilidade tem que ser receber o perdão para ti mesmo.” (T-25.IX.8-9)
“Não nos trata segundo os nossos pecados nem nos retribui de acordo com as nossas culpas.” (Sl103:10)
“Quando chegaram a um lugar conhecido como Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à direita e o outro à sua esquerda. Apesar de tudo, Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo!” A seguir, dividiram entre si as vestes de Jesus, tirando sortes.” (Lc23:33-34)
No passado, quando Israel saiu do Egito e também os povos que viviam nas cercanias de Israel, possuiam varios deuses, cada um com um tipo de temperamento, e humores muito similares aos nossos, e muitos deles exigiam adoração adoração e rituais com o objetivo de terem seus egos satisfeiros (temperamento muito similar a muitos de nosso ditadores da história). Deus através de Moisés estava preparando Israel para o recebimento de um conhecimento cada vez maior do amor de Deus, e desintoxicando-os dos ensinos pagãos que tem deuses a nossa semelhança. Como declara no Decálogo “Não farás para ti nenhum ídolo, nenhuma imagem esculpida, nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou mesmo nas águas que estão debaixo da terra.” (Exo 20:4). Mas muitos cristãos sinceros e bem-intencionados mantém ainda uma imagem de um Deus que se ira, se vinga, com temperamentos iguais aos nossos. Sendo que não entendem que a revelação bíblia é progressiva, não foi dado tudo de uma vez, o conhecimento de Deus foi progredindo através dos séculos na história a medida que o povo fosse se tornando mais apto a receber ensinamentos mais profundos. Na verdade, uma idéida de um Deus punitivo era e é ainda um reflexo do interior da pessoa ainda não regenerada pelo perdão e pelo amor.
Hoje muitos cristãos sinceros não vêem a cruz como um ato de amor incondicional, crêem que Deus pai estava irado com a humanidade, e que em Cristo aplicou a punição que caberia a nós, causando em muita gente um grande terrorismo psicológico, mas ao analisarmos bem os relatos da cruz de Cristo sem essas idéias pré-concebidas, veremos que ali foi a maior revelação do amor incondicional de Deus, pois Cristo foi crucificado como um criminoso a mando daqueles que eram seus sem ter feito nada para merecer aquilo e ainda assim derramou seu amor por nós, a cruz de Cristo deveria ser o memorial a força total do amor e do perdão como capazes de destruir toda malignidade, enfermidade, Pois Jesus é da mesma Essência do Pai, pois Ele mesmo disse “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós, de fato, tivésseis me conhecido, teríeis conhecido também a meu Pai; e desde agora vós o conheceis e o vistes” (Jo14:6-7). Então esse trecho mostra que o Pai tem exatamente a mesma essência de Jesus, ele não estava nos punindo em Jesus como muitos dizem, mas mostrando o verdadeiro poder do amor e do perdão, que é a verdadeira essência da mensagem da salvação e nos libertando do cativeiro do medo e da culpa e nos tornando livres para termos comunhão com Deus e com nosso semelhante.
Infelizmente essa citação da lição 170 do Curso em Milagres é o retrato de Deus que muitos têm e pregam aos outros: “De onde vem a crença totalmente insana em deuses de vingança? O amor não confundiu os seus atributos com os do medo. Mesmo assim, os adoradores do medo não podem deixar de perceber a própria confusão no ‘inimigo’ do medo e a sua crueldade é agora uma parte do amor. E o que poderia ser mais amedrontador agora do que o próprio Coração do Amor? O sangue parece estar em Seus Lábios, o fogo vem Dele. Ele é mais terrível do que tudo, mais cruel do que qualquer coisa que se possa conceber e fulmina todos aqueles que O reconhecem como seu Deus” (E-pI.170.10). E muitos hoje ditos ‘liberais’ quando pregam sua teologia, na verdade estão reagindo a um padrão inconsciente que receberam em sua criação seja em casa ou na igreja, eles na verdade não estão revoltados com o verdadeiro Deus revelado em Jesus e na Bíblia, mas contra uma caricatura muito horrível, gerando no meio cristão um movimento pendular, pois se tivessem sido apresentados ao Deus de amor, talvez hoje seriam grandes mensageiros da inspiradora mensagem do amor de Deus. o liberalismo excessivo de hoje é como se fosse uma flecha lançada pelo arco engendrado pelos abusos de visão de Deus que é mais pagã do que bíblica, e em casos piores levando a uma negação total de Deus e do mundo sobrenatural.
E a simbologia cordeiro e leão não significa como muitos dizem que Jesus tem uma natureza pacífica e uma vingativa, mas significa que a mansidão, carater de perdão e de amor (cordeiro) nos torna realmente fortes (leão), em resumo, demonstra que a força daquele que serve a Deus está em amar, perdoar, retribuir mal (não importa o tamanho) com o bem.
“Pai, somos como Tu és. A crueldade não habita em nós, pois ela não existe em ti. A Tua paz é a nossa. E abençoamos o mundo com o que recebemos só de Ti. Escolhemos outra vez e fazemos a nossa escolha por todos os nossos irmãos, sabendo que são um conosco. Trazemos a eles a Tua salvação assim como a recebemos agora. E agradecemos por eles, que nos tornam completos. Neles vemos a Tua glória e achamos a nossa paz. Somos santos porque a Tua santidade nos libertou. E damos graças. Amém.” (E-pI.170.13)
“Portanto, dessa forma conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos plenamente nesse amor. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.” (1Jo4:16)