O mundo é uma ilusão? (Mari Perron, “Primeira Receptora” de “Um Curso De Amor”)

O mundo é uma ilusão?

Publicado por Mari Perron na newsletter “O Abraço” (Edição 35) que veicula mensalmente no site acourseoflove.org

A ilusão, tratada tanto em Um Curso em Milagres como em Um Curso de Amor, não se trata da física. Não se trata da ciência. Vemos uma ilusão quando não vemos a verdade. A ilusão não é a realidade, simplesmente é tudo aquilo que a realidade não é. Nossas ilusões nos impedem de sermos verdadeiros.
Este assunto surgiu novamente porque Gary Renard, em seu novo livro, descreve UCDA como uma “imitação” de UCEM, “uma distração dualista” e incluiu, na íntegra, uma resenha crítica de Dr. Robert Rosenthal, Co-Presidente da Fundação para Paz Interior, editora do UCEM. Seu principal argumento é que UCDA eleva o mundo ilusório como algo novo e desejável, enquanto que, em sua visão, qualquer coisa física – toda e qualquer forma – é necessariamente ilusória.
Ao ponderar aquilo que ouvi e li do novo livro de Gary Renard, uma frase de UCDA veio à minha mente: “Te sentes belo, apreciado e digno?” (C: 26.6) Não seria o “não sentir-se belo, apreciado e digno” aquilo que compõe a ilusão?
A ilusão é acreditar que estamos separados e não somos amados em um mundo amedrontador. Isso foi o que nos ensinaram e, uma vez que essas ideias falsas foram aprendidas, nos levaram diretamente a ideias de quem somos e que “deveríamos” ser. Por nos sentirmos sozinhos, tentamos com muito esforço ser quem éramos esperados que fôssemos e, ainda assim, nunca conseguiríamos ser. Ficamos cada vez mais amedrontados e desenvolvemos um ego para nos defender e nos proteger de um mundo no qual nunca seríamos bons o suficiente.
Poucos de nós se sentem inerentemente belos, apreciados e dignos como quem somos. Um ciclo, do qual não conseguimos nos libertar, foi desenvolvido, o ciclo do sistema de pensamento do ego. Não importando quão agressiva a voz interior do ego fosse, não conseguimos nos libertar. É nessa situação que nos encontramos quando começamos com UCEM.
Ao iniciar UCDA, na página 5, Jesus diz que UCEM conseguiu “ameaçar” o ego e que essa enorme conquista abriu uma nova e importante possibilidade: O mundo, como um estado de ser, como um todo, entrou em um tempo, trazido em grande parte por Um Curso em Milagres, sobre o qual paira um estado de mentalidade milagrosa. Um Curso em Milagres abriu uma porta ao ameaçar o ego. Todos aqueles que, com os egos enfraquecidos, caminharam neste mundo com a esperança de deixar o ego para trás e com a meta da mentalidade milagrosa, despertaram os seres humanos para uma nova identidade. Deram um passo em um tempo em que nossa crise de identidade chega ao fim. Desde que Jesus caminhou pela terra, não havia existido tempo assim sobre a humanidade.
Os dois cursos vieram para nos guiar além da ilusão para a verdade. No entanto, em algum ponto ao longo do caminho, começou-se a falar da ilusão como se fosse mais verdadeira do que a verdade! A queda ou o desaparecimento do universo – toda forma e fisicalidade que vemos “como real” – foi considerada ilusão. Não é. Sua substituição foi considerada o fim da dualidade. Não é.
A unidade é o fim da dualidade. Não se trata de rejeição, mas sim inclusão. Não se trata de deixar de se preocupar com o mundo, mas sim de redimir o mundo ao ver a verdade em vez da falsidade.
O corpo, nossas formas – sobre as quais mantivemos crenças e sentimentos incorretos – não são a totalidade de quem somos. No entanto, enquanto vivemos nestas formas por um tempo com amor, compaixão e confiança na criação de Deus que somos nós, começamos a expressar a verdade em nossas vidas. Tudo o que vem do amor é revelado. Toda a sabedoria das eras chega através desses veículos da forma para retornar todos nós à realidade de nosso verdadeiro Eu – agora. Não precisamos viver no “inferno na terra”, na falsa realidade do ego.
Somos os criadores, juntamente com Deus, da nossa realidade. Quando abandonamos o inferno do sistema de pensamento do ego, podemos acolher a unidade e trazer a verdade do Céu para a Terra.
Esses Cursos não foram criados na ilusão. Foram criados na realidade da verdade, para revelar a verdade. A verdade é perfeitamente capaz de entrar no mundo, assim como Jesus o fez uma vez, e de nos chamar, assim como Jesus fez em vida, bem como no final de UCEM e em todo UCDA, para aceitar quem somos e que nós, em Cristo, somos capaz de fazer: restaurar ou recriar o mundo. Criando o novo.
Ambos os Cursos descrevem dois “mundos” completamente diferentes. Por um lado, somos convidados a permitir que o mundo desapareça no nada do qual veio. O mundo do nada é o aquele que “nós” – o ego – fez. É a “ilusão insana”, a projeção não perdoada. Portanto, “não existe mundo (egoico)!”
No entanto, também somos convidados a ser salvadores do mundo ao perdoarmos – abandonarmos – a ilusão. O Manual de professores de UCEM descreve a qualidade da mente aberta dos verdadeiros professores de Deus: “Eles abandonaram tudo o que impede o perdão. Na verdade, abandonaram o mundo e permitiram que este lhes fosse restaurado com tal frescor e em alegria tão gloriosa, que nunca teriam podido conceber tamanha mudança. Nada é agora como era antes. Nada deixa de cintilar agora, que antes parecia tão opaco e sem vida.” M-4.X.2
Fazer distinção entre esses dois “mundos” é separar o falso do verdadeiro. O “mundo” ilusório é uma projeção egoica. O “mundo” real – restaurado – de Deus é uma extensão criativa de Deus, um reflexo da unidade. Como Jesus diz em ambos os Cursos: somos uma ideia de Deus e ideias não deixam sua fonte.
A forma como nos referimos ao “mundo” de duas maneiras é semelhante à maneira como nos referimos à “mente”. Nossas mentes são associadas aos nossos cérebros, intelecto e ego, bem como com a mente que compartilhamos com Deus. Em um contexto, o significado dessas afirmações em ambos os cursos é claro. Fora de um contexto, ele pode ser distorcido. Nossas ilusões estão dentro de nós. Nós as projetamos “lá fora”. Quando deixamos de ver com os olhos do ego, paramos de ver a ilusão e começamos a ver a verdade.
Gary diz que fiz uma declaração pública de que não acredito na ilusão. Isso é verdade. O que é ilusão para que eu deva acreditar nela? Mais uma vez, no entanto, o contexto seria útil. Eu disse estas palavras na conferência Milagres nas Montanhas em 2012:
“Eu não acredito que o mundo seja uma ilusão. Eu acredito que o mundo egoico seja uma ilusão. E acredito que, à medida que deixamos o mundo do ego para trás, voltaremos a entrar no nosso mundo sagrado, e podemos cuidar do nosso mundo sagrado e de nossa Terra sagrada… Somos parte do amor que desabrocha da Criação.”
Foi uma das coisas mais corajosas que já fiz e me sinto orgulhosa por ousar dizer isso, naquela ocasião e agora. Não aceite a minha palavra como verdadeira. Convido você a ir até a fonte.

DO SITE OFICIAL DO LIVRO “UM CURSO DE AMOR”

Expandindo nossa visão de nós mesmos com o “sim” (Mari Perron, “Primeira Receptora” de “Um Curso De Amor”)

Expandindo nossa visão de nós mesmos com o “sim”

Publicado por Mari Perron na newsletter “O Abraço” (Edição 18) que veicula mensalmente no site acourseoflove.org

Esse é um ano em que eu diria “sim”. Eu tive a ideia de ter um ano em que eu diria “sim” a tudo o que este Curso me traria antes de ouvir que Shonda Rhimes já havia inventado a expressão um “ano em que disse sim”. Rhimes é a produtora de alguns dos programas de televisão mais populares dos principais canais e seu livro, que um amigo me enviou depois de eu ter usado a expressão dela, se chama Um Ano em que Disse Sim*.
O livro trata, em grande parte, sobre quão amedrontadoras eram para Shonda algumas coisas como falar em público, e como ela se sentia inadequada ao louvar ou reconhecer suas próprias conquistas. Aquilo me tocou… e foi divertido. Eu estava falando disso enquanto cortava o meu cabelo e, então, Tina – uma mulher de negócios há muito tempo e absolutamente adorável, inteligente, engraçada, linda, que também é minha estilista – disse que ela é exatamente assim. Eu nunca teria imaginado isso. Muitos de nós somos “como” Shonda descreve a si mesma antes do “ano em que disse sim”. Assim como Shonda, temos uma visão limitada de nós mesmos.
Um Curso de Amor está cheio de mensagens que nos pedem que nos libertemos desses pontos de vista limitados. Pode-se dizer que seu tema principal é praticamente nos levar além da “visão limitada” que temos de quem acreditamos ser. Começa logo no Prelúdio, quando ouvimos que o que nos acontecerá é que nos identificaremos corretamente. Nós não somos o eu limitado que acreditamos ser. No segundo capítulo do Curso, Jesus conecta esse tema ao amor: O amor não é algo que fazes. É o que tu és. (C:2.6) À medida que prosseguimos, ao mesmo tempo que que nossa humanidade é incluída muitas vezes, há um chamado além desses limites: embora não quererias ser diferente de quem és, quem tu és não é limitado ao conceito de ser humano, tampouco às leis do homem. (C:15.17)
Mais tarde, à medida que transcendemos o aprendizado e transcendemos nossa autoidentidade como aprendizes, começamos a chegar ao limite de nossa “consciência sujeita ao tempo”, e somos convidados a acolher nossa consciência “eterna”, mesmo enquanto estamos na forma. (T3:12.4) No “ano em que disse sim”, aceitei um convite para palestrar na conferência de UCEM de 2016 na Comunidade Miracles Center em Las Vegas, que eu aguardava com iguais proporções de expectativa e medo. Toda a mística de Vegas, salas grandes e pessoas que contavam comigo fizeram com que minha mente acelerasse e meu coração palpitasse. Mas, depois de receber alguns outros convites, senti que estava sendo chamada para “sair” da minha vida tranquila e decidi que eu faria uma tentativa.
Eu diria “sim” durante um ano.
Depois de aceitar o convite para a conferência de UCEM, fui convidada para St. Louis. E meu ano começou em St. Louis em março. Depois da conferência de UCEM em abril, visitei quatro grupos na Califórnia. Há algumas semanas eu estava em Santa Fé. Estarei em Sedona em outubro. Uma visita à Filadélfia em fevereiro fechará lindamente o ano em que eu disse sim.
Posso afirmar agora que a maneira como eu via a mim mesma se expandiu. Expandiu minha visão daquilo que sou capaz de fazer, da minha capacidade, da minha aptidão para abrir e compartilhar meu coração de maneira mais ampla, de ser uma pessoa que pode invocar a energia para me mover a fazer e a curtir essas coisas que eu nunca imaginei que poderia. As pessoas que conheci foram as maiores responsáveis por me mostrar que isso é assim. Elas foram o auge, deslumbrantes em sua diversidade e unidas em seu desejo de voltar para casa, para o coração. Suas explorações eram individualmente únicas e universalmente inspiradoras.
Algumas estavam descobrindo uma nova maneira de apreciar o UCEM. Algumas viam uma trilogia formada por UCEM, UCDA e Way of Mastery [Caminho da Maestria]. Algumas ficaram fascinadas com o Caminho de Maria e acolhiam qualidades femininas e formas de ser. Algumas achavam o idioma do amor e o retorno aos sentimentos bastante desafiadores. No geral, havia uma sensação de ruptura e de que havia mais por vir, como se os limites estivessem sendo transcendidos em todos os lugares.
De maneira bastante apropriada, o “diálogo” era a tendência pulsante, borbulhante, o chamado à autoexpressão e à união em relacionamento. Em todo lugar a que fui, tive uma sensação de reunião, quase de parceria, e de um reconhecimento de estarmos nos movendo juntos para o “novo”, um lugar que, como minha amiga Janet Berkowitz disse: “há poucas palavras para descrever. Você só conhece quando vê.”
Um Curso de Amor nos dá uma visão do que é possível.
Se eu tivesse deixado que meu nervosismo ao falar em público me detivesse, eu não teria descoberto que ser quem eu sou pode me conduzir. Ser quem somos pode nos levar a todos os lugares que queremos ir e além de onde imaginamos que a vida foria capaz de nos levar. Quando nos é pedido que deixemos “o velho” para trás, não nos é pedido que deixemos para trás tudo aquilo que constitui quem somos. Apenas nos é pedido que deixemos o ego e seu sistema de pensamento ilusório para trás. Somos convidados a acolher “o real” e a sermos “reais”. Nos é pedido que digamos “sim”. Sim para o amor. Sim para quem somos. Sim para o futuro desconhecido. Sim para o campo indefinível das possibilidades. Sim ao… Novo! Ou como Shonda Rhimes disse muitas vezes:

Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim *

[*] O ano em que disse sim. Como dançar, ficar ao sol e ser sua própria pessoa.

FONTE: SITE OFICIAL DE UM CURSO DE AMOR